De que adianta me tocar, sem tua respiração pra ritmar?
De que adianta buscar o prazer, se não estás a me enlouquecer?
A fazer o que sabes de melhor, que é me amar... me equilibrar... me enlouquecer mantendo-me sã?
Quero pele, quero cheiro, testemunhar o despertar, a manhã, nosso devaneio, assim pertinho.. bem colado, desejado... Quero sentir-me tua sem receio... me questiono
Quando chegará o dia derradeiro? Adianta esperar? Você vai voltar?
Todos os textos que escrevo não fazem muito sentido depois
que os leio.. Dia desses recebi um incentivo para “libertar meu eu lírico” e
deixar fluir esse dom que tenho com as palavras.. Sim, eu adoro escrever.. pra
mim..
Não é egoísmo nem nada parecido, é ficar muito preocupada
com que as pessoas vão pensar, e o pior.. É a minha eterna exigência pelo
perfeito.. pela minha excelência.
Comparo os textos aos meus relacionamentos.. Nos
relacionamentos também funciona assim.. essa tão querida perfeição não existe,
então pra que perseguir tanto?
Então me dou por conta que vez ou outra, agente tem que
deixar fluir.. Assim como em meus textos, assim como quando eu escrevo e tento
achar as melhores colocações e palavras pra expressar meus sentimentos, as
vezes não há o que corrigir, mas mesmo assim eu insisto..
Dessa vez não insisti, deixei meu sentimento levar o texto
aonde for...
Vou tentar deixar fluir.. porque as vezes a perfeição que eu
tanto busco, esse equilíbrio que luto pra conseguir diariamente entre os muitos
papéis que tenho em sociedade baunilha, e no BDSM, ás vezes só vou encontrar
deixando que as coisas aconteçam...
Só um texto com um pouco de desabafo ...
"A vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida"
Eu gosto do
jeito que me olha quando estou deitada e você apoia o braço na cama, como uma
serpente me hipnotizando..
Adoro como
segura minha mão enquanto agente faz amor. (Também os meus cabelos, o meu
pescoço, a minha cintura...) Me pegando como sua cadela, súdita do Senhor.
Adoro sentir
teu cheiro enquanto beijo e mordo teu pescoço.
Quando passa
o cinto em minhas costas, e em seguida me acerta com ele, é uma sensação
inexplicável. O meu corpo se contorce, se arrepia, meu tesão se esvai e
involuntariamente eu me retorço em busca do teu olhar...
Tua voz me ordenando
coisas, faz com que eu me sinta protegida, faz com que eu me entregue sem medo
ás tuas mãos.
Amo a como
conhece meu corpo, e como tem a capacidade de me proporcionar prazer constante,
muitas vezes, sem me tocar.
Quando você
faz tudo isso com o carinho que faz, você me reconquista.
É por isso
que digo com muito prazer que meu corpo te pertence, Senhor. Assim como minha
alma.
E eu estou
aqui para ser sua submissa e servi-lo com a atenção que o Senhor merece.
Atrevo-me a
pedir uma coisa: apenas continue sendo Senhor de mim.
Um assunto presente todos os dias na minha vida é a Saudade...
Acho que entre todas as palavras que falei durante a minha vida, a 'saudade' deve ser uma das campeãs...
Aos 4 anos mudei de um apartamento em para uma casa de terreno duplo, casa de dois andares, antiga, com pitangueiras, mangueiras, parreiras, cachorro, gatos e galinhas no quintal.
Aos 10 mudei do sul do país para o extremo norte, para uma casa de piso de um tipo de cimento, um piso vermelho, que 'manchava' os pés. A casa era atrás de uma "favela" da cidade, do lado de um boteco feito de madeira em frente ao rio. Era só atravessar a avenida pra tomar um banho de lama na maré baixa... Aos 12 voltei para o sul, e fui morar em um apartamento de 70m²... dois quartos.. bem pequeno, e a família já tinha um novo membro, meu irmão caçula. No dia do meu aniversário de 16 anos, fui para o centro-oeste, Brasília, a cidade planejada. Lá ao menos eu tinha de volta meu quarto. Era bom. Lá foi bom também porque iniciei uma etapa importante da minha vida: ser mãe. Aos 18, voltei novamente ao sul. Aos 21 anos, voltei ao meu primeiro apartamento, desta vez apenas eu e meu bebê. Finalmente, aos 23, mudei-me para o atual apartamento.
Mas.. o que isso tem a ver com a saudade e com as pedras?
Bom, tem tudo a ver.. É que com todas as mudanças que tive na minha vida, (e não foram poucas) tive que incorporar uma alma de cigana.. Só que eu não fui criada na cultura cigana, e também não me ensinaram que o desapego é a forma menos dolorosa de se seguir o próprio caminho... Ao longo dessas mudanças conheci culturas diferentes, lugares lindos, e pessoas maravilhosas. E desde a primeira dessas mudanças, venho colecionando saudade.. guardando imagens, sons, cheiros, momentos, uns bons e outros nem tanto..
Acho que foi por isso que me tornei tão dependente dessa tal nostalgia.. Acabava por ser refém, e não companheira como realmente deveria ser..
Fato é que essas saudades foram sendo acumuladas, e eu me tornei uma acumuladora de saudades...
E isso se refletia nos meus relacionamentos: familiares, amorosos, com amigos, até de trabalho. Isso resultava na dependência que eu tinha desses relacionamentos pra viver, pra ficar "Feliz". E todos bem sabem.. Dependência... incontrolável, interminável, não é saudável, nunca será saudável.
É como se nesse caminho que percorri, a cada nova experiência eu juntasse uma pedrinha do chão e a guardasse no bolso. E eu valorizava tanto aquela pedrinha, que não queria me desfazer dela. Só que passados muitos anos de intolerância, de cegueira, e consequentemente de desastre nos relacionamentos, eu percebi que eu não conseguia caminhar porque meus bolsos estavam cheios demais... É doloroso o crescer, o evoluir, mas se eu quero ser alguém mais sábia, mais desenvolvida mental e espiritualmente (e porque não sexualmente), preciso compreender que o passado FAZ parte de quem eu sou, mas não significa que precisa ser vivido... Quantas vezes deixei de conquistar algo novo por me agarrar a conceitos velhos e ultrapassados? Quantas vezes deixei de completar um ciclo novo por medo de não ser boa o suficiente como fui anteriormente?
Dar-se conta que as pedrinhas estão pesando demais é o primeiro passo pra alcançar o topo da montanha... O segundo é esvaziar, do que não é útil, os bolsos, a cabeça, o coração...